sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pastéis de Belém, conchas do mar da Túnisia e Bachianas de Villas Lobos.

Ontem, a noite foi consagrada com uma verdadeira volta ao mundo, primeiro fui a uma Feira Internacional de Artesanato. Irresistível. E tentador foi a barraca de Portugal com seus pastéis de Belém e pastéis de Nata. E eu achava que só ia provar essa iguaria lusitana quando lá em Portugal fosse. Mas não! Enfim pude antecipar minha curiosidade e meu prazer! Decerto, com uma pequena Gula,já que não existe pecado abaixo da linha do Equador, voltarei no fim de semana e provarei o Pastel de Belém com recheio de Damasco.

Entre uma tentação e outra, achei num cesto de quinquilharias, uma pulseira de conchas do mar. Belíssima. Vinda da ilha de Djerba, na Tunísia, no Golfo de Gabes. Andei lendo que lá a região é conhecida pelos seus hábeis artesãos, e pelas suas praias de areia fina... as conchas são delicadas e já estão na caixa de conchas, aumentando minha coleção.

Depois da Feira, as Bachianas Brasileiras de Heitor Villa-Lobos e a influencia de Bach em sua música, uma outra viagem... agora no Teatro Gustavo Leite com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Mato Grosso, em turnê, com no Projeto Sonora Brasil. Um espetáculo primoroso.

Villa encontra Bach no sertão

O contato de Villa-Lobos com as obras de Bach se deu ainda na infância, através do grupo de amigos de seu pai, todos músicos amadores, que tocavam em sua casa, duas vezes por semana. Quando a música interpretada era de Bach, o jovem Heitor saía da cama, em camisa de dormir, e se escondia embaixo da escada para escutar. Sua tia paterna Zizinha (Maria Carolina Rangel) sabia que bastava iniciar uma peça de "O Cravo Bem Temperado" ao piano para ver surgir o pequeno sobrinho."(...)

(...)"Nas suas Bachianas, por exemplo, sente-se muito das cousas sertanejas. Na prodigiosa polifonia que é a nº 1, conseguida apenas com oito violoncelos, está nítido o panorama das caatingas, sob o galope dos touros bravos e dos vaqueiros. Julga-se que nessa obra mestra do artista, vive o mistério que povoa a alma do sertanejo.Villa-Lobos contou que havia encontrado esses elementos melódicos à maneira de Bach, em plenos sertões, em meio de vaqueiros e cantadores, assim está adequado o título de 'Bachianas Brasileiras'."


Ao sair do Teatro, caia uma fina e fria chuva, e suavemente ao caminhar, pensei com meus botões, qual seria a resposta da frase que escrevi no cartão que fiz, outro dia! Porque basta olhar, olhar, para saber onde brota a dor e a alegria em cada um. Somos como a paisagem da chuva que cai, e enfeita a noite, calma e cheia de harmonia. E sorri ao sentir como o afeto de muitos dias, me abastece. É uma sintonia, um conhecimento, que não carece de palavras. E merecemos cada segundo dessa afinada cumplicidade.

P.S.: A frase é : se eu voar, você me segue?

Um comentário:

Nadinha disse...

Cara amiga:
se comeu um Pastel de Belém com recheio de Damasco, comeu mais do que eu, que nunca ouvi falar em tal.
Aqui em Lisboa há em todo o lado esse tipo de dece, também chamado pastel de nata, mas às vezes são secos e duros. bons mesmo são os que se comem num café de Belém.
São recomendados para desportistas antes do treino porque têm pouco açúcar e bom. Como vê, o pecado não é muito grande, embora aqui exista pecado.
Quando vem cá?