quinta-feira, 5 de junho de 2008

Que seja doce

Era uma toalha branca. Dois pratos brancos, com detalhes quadriculados nas bordas. E dois copos pequenos.

Em um dos pratos, maçãs fatiadas e cuidadosamente arrumadas. Entre as fatias das maçãs, balinhas coloridas. Depois vieram os bombons, recheados de pedaços de cerejas e licor, colocados entre as fatias de maças e as balinhas coloridas.

No outro prato, dois copos vazios. Que esperavam receber o líquido que brindaria o mágico momento.

Fechando o ciclo, uma folha seca, representando a natureza outonal e três conchas do mar que pelo fato delas guardarem um pouquinho do território de segredos, através da misteriosa acústica que reproduz as ondas oceânicas, tornou-se o símbolo da fecundação, eternizando os momentos.

E como num ritual de contemplação à memória, em todas as outras manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, repete sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce que seja doce que seja doce que seja doce que seja doce.

Outono, Junho de 2008.

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